Geada é a formação de uma camada de cristais de gelo na superfície ou na folhagem exposta devido a queda de temperatura da superfície abaixo de zero grau Celsius. A principal causa da formação de geada é a advecção de massa de ar polar. Dependendo da intensidade e da extensão da geada, o fenômeno pode causar sérios danos a agricultura, queimando e ressecando a folhagem das plantas, especialmente das hortaliças.
No Brasil meridional a ocorrência de geadas no inverno é bastante comum nas regiões mais elevadas.
As geadas ocorrem freqüentemente durante o outono e o inverno, e até mesmo na primavera. Esporadicamente, pode gear também durante o verão nas partes mais elevadas das serras e planalto. Com exceção das áreas litorâneas e do extremo norte, ocorrem geadas anualmente em todo o resto da região.
Também é comum a ocorrência de geadas no estado de São Paulo e no Sul de Minas Gerais geralmente em áreas acima dos 800 metros de altitude. Nos estados do Rio de Janeiro e no Mato Grosso do Sul sobretudo entre os meses de maio e julho.
As baixas temperaturas e as chuvas que atingem os estados do Sul do país não causaram impactos significativos na agricultura de Santa Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul. No Paraná, a cultura de inverno mais expressiva é o trigo. A expectativa dos produtores é colher 3,06 milhões de toneladas, que representam 58,4% da produção nacional. Se os números se confirmarem, um aumento de 23,4% em relação à safra anterior.
“O frio é benéfico nessa fase. O que poderia ser prejudicial seria a ocorrência de geadas, que ainda não foram intensas. Entretanto, ainda é cedo para avaliar se houve prejuízos, mas é pouco provável”, disse o engenheiro agrônomo do departamento Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Deral), Carlos Salvador.
O que não anima o produtor, na avaliação da secretaria paranaense, é o mercado. Ainda há estoque de trigo armazenado da safra passada e o Ministério da Agricultura reduziu em 10% o preço mínimo.
O frio também não altera a produção de milho da segunda safra, que está com 22% das lavouras colhidas e com 64% em fase de maturação. A previsão é de uma produção de 5,9 milhões de toneladas, aumento de 32% sobre a safra passada. Com esse resultado, a safra de milho no Paraná, maior produtor do grão no país, deverá atingir 12,83 milhões de toneladas, volume 14,7% superior ao obtido na safra de 2009, quando a primeira e a segunda safras de milho resultaram em uma produção de 11,2 milhões de toneladas.
Em Santa Catarina, o frio intenso traz mais prejuízos para suinocultores e avicultores. “Os custos aumentam porque os animais precisam de temperaturas regulares. Os gastos com energia elétrica, gás e lenha para manter o ambiente aquecido são muito altos”, disse o diretor-geral da Secretaria da Agricultura e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Airton Spies. O estado é o maior produtor de suínos do país, responsável por 24% da produção nacional. Além da produção anual de 750 mil toneladas de carne suína, o estado produz também 1,6 milhão de toneladas de carne de frango, sendo responsável por 27% das exportações brasileiras.
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